segunda-feira, 14 de março de 2011

(Chaves) – Se você é jovem ainda!?

Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda
Amanhã velho será, velho será, velho será
Ao menos se o coração, se o coração sustente
A juventude que nunca morrerá

Existem jovens de 80 e poucos anos
E também velhos de apenas 26
Porque velhice não significa nada
E a juventude volta sempre outra vez

Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda
Amanhã velho será, velho será, velho será
Ao menos se o coração, se o coração sustente
A juventude que nunca morrerá

Se você é tão jovem quanto sente?
Pode apostar é jovem pra valer
E velho é quem perde a pureza
E também é quem deixa de aprender

Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda
Amanhã velho será, velho será, velho será
a menos se o coração, se o coração sustente
A juventude que nunca morrerá

Não diga não a vida que te espera
Pra festejar a alegria de viver
Pra agradecer a luz do teu caminho
E você vai tudo isso entender

Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda
Amanhã velho será, velho será, velho será
Ao menos se o coração, se o coração sustente
A juventude que nunca morrerá

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Gonçalves Dias - Canção do Tamoio (Momento Poesia)


Gonçalves Dias

Canção do Tamoio

(NATALÍCIA)

I

Não chores, meu filho;
Não chores, que a vida
É luta renhida:
Viver é lutar.
A vida é combate,
Que os fracos abate,
Que os fortes, os bravos,
Só pode exaltar.

(...)

III

O forte, o cobarde
Seus feitos inveja
De o ver na peleja
Garboso e feroz;
E os tímidos velhos
Nos graves conselhos,
Curvadas as frontes,
Escutam-lhe a voz!

(...)

V

E pois que és meu filho,
Meus brios reveste;
Tamoio nasceste,
Valente serás.
Sê duro guerreiro,
Robusto, fragueiro,
Brasão dos tamoios
Na guerra e na paz.

VI

Teu grito de guerra
Retumbe aos ouvidos
D'imigos transidos
Por vil comoção;
E tremam d'ouvi-lo
Pior que o sibilo
Das setas ligeiras,
Pior que o trovão.

(...)

VIII

Porém se a fortuna,
Traindo teus passos,
Te arroja nos laços
Do imigo falaz!
Na última hora
Teus feitos memora,
Tranqüilo nos gestos,
Impávido, audaz.

IX

E cai como o tronco
Do raio tocado,
Partido, rojado
Por larga extensão;
Assim morre o forte!
No passo da morte
Triunfa, conquista
Mais alto brasão.

X

As armas ensaia,
Penetra na vida:
Pesada ou querida,
Viver é lutar.
Se o duro combate
Os fracos abate,
Aos fortes, aos bravos,
Só pode exaltar.


Publicado no livro Últimos Cantos (1851). Poema integrante da série Poesias Americanas.

In: GRANDES poetas românticos do Brasil. Pref. e notas biogr. Antônio Soares Amora. Introd. Frederico José da Silva Ramos. São Paulo: LEP, 1959. v.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sentença em versos...



Sentença judicial em verso proferida em Varginha/MG, em 16 de novembro de 1987 por RONALDO TOVANI 1º Juiz de Direito Auxiliar, publicado no Jornal "Gazeta do Sul de Minas"-

Poder Judiciário
Comarca de Varginha; Estado de Minas Gerais
Autos nº 3.069/87; Criminal
Autora: Justiça Pública
Indiciado: Alceu da Costa, vulgo "Rolinha

Vistos, etc..

No dia cinco de outubro do ano ainda fluente em Carmo da Cachoeira terra de boa gente. Ocorreu um fato inédito que me deixou descontente o jovem Alceu da Costa conhecido por "Rolinha" aproveitando a madrugada resolveu sair da linha subtraindo de outrem duas saborosas galinhas

Apanhando um saco plástico que ali mesmo encontrou o agente, muito esperto escondeu o que furtou deixando o local do crime da maneira como entrou

O senhor Gabriel Osório homem de muito tato notando que havia sido vítima do grave ato procurou a autoridade para relatar-lhe o fato

Ante a notícia do crime a polícia diligente tomou as dores de Osório e formou seu contingente: um cabo e dois soldados e quem sabe até um tenente

Assim é que aparato da Polícia Militar atendendo a ordem expressa do delegado titular não pensou em outra coisa senão em capturar

E depois de algum trabalho o larápio foi encontrado estava no "Bar do Pedrinho" quando foi capturado; não esboçou reação sendo conduzido então à frente do delegado.
Perguntado sobre o furto que havia cometido respondeu Alceu da Costa bastante extrovertido: "Desde quando furto é crime neste Brasil de bandido?"

Ante tão forte argumento calou-se o delegado, mas por dever de seu cargo o flagrante foi lavrado recolhendo à cadeia aquele pobre coitado

E hoje passado um mês de ocorrida a prisão chega-me às mãos o inquérito que me parte o coração: solto ou deixo preso, esse mísero ladrão?

Soltá-lo; decisão que a nossa lei refuta pois todos sabem que a lei é pra pobre, preto e puta.

Por isso peço a Deus que norteie minha conduta e é muito justa a lição do pai destas alterosas:

Não deve ficar na prisão quem furtou duas penosas se lá também não estão presas pessoas bem mais charmosas como das fraudes do INAMPS das ferrovias engenhosas.

Afinal não é tão grave aquilo que Alceu fez pois nunca foi do governo
nem seqüestrou Martines e muito menos do GAB participou alguma vez.

Desta forma é que concedo a esse homem da simplória com base no CPP liberdade provisória para que volte pra casa e passe a viver na glória.

Se virar homem honesto e sair dessa sua trilha permaneça em Cachoeira ao lado de sua família devendo ao contrário mudar-se para Brasília.

P. R. I. e expeça-se o respectivo alvará de soltura.

(Ronaldo Tovani)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Discurso de político matuto



Discurso de político matuto
Poeta Raimundo Nonato da silva


Meu zamigo eleitor
Eu sou fulano de tá
Me canidatei agora
Quero se parlamentar
Ói aqui o meu retrato
Bote eu como canidato
Na cambra municipá

Eu estou aqui pidino
Pra vocês vortar com eu
Sei que sou anafabeto
Como otos que não aprendeu
Como anafabeto eu noto
Que posso errar o meu vorto
Mais quero contar com seu

Isso já aconteceu
In ota eleição passada
Quem foi vortar com si mermo
Errou e só deu mancada
Pra não acontecer com eu
Tô pidino o vorto seu
Me ajude camarada

Se eu ganhar você ganha
Vorte comigo e descobre
Queu vô ser pai da pobreza
Mais mió do que os nobre
Mintire desse sufoco
Me ajude inrricar um poco
Que eu cansei de ser pobe

Tô contano com seu vorto
Meu zamigo e meu zirmão
Um pobe vorta é com oto
Veja bem preste atenão
Que eu suo o menos rim
Se vocês vortar in mim
Vou ser o menos ladrão

Como eu não tenho lição
Como otos que são letrados
Seu robar eu robo poco
Tavez robe mal robado
Pru que não sei robar bem
Como os puliticos que tem
Diploma e certificado



Vorte em mim só essa veis
Se eu errar vocês perdoi
Mermo seu vender vocês
Como quem se vende boi
Para o dotor deputado
Qui atrais de ser bem vortado
Vei pidir o meu apoi

Você e sua muié
O seu fie e sua fia
Vorte em mim miore a sorte
Minha e de minha famia
Vamo lá povão danado
Ajude um pobe coitado
Deixar de ser bóia-fria

Os oto tem cara lisa
Mais lisa do que garrafa
O prefeito roba o povo
E os sinvegonhe abafa
Eu digo com fé em Deus
Se vocês vortar com eu
Eu vou acabar a mafa

Pegue esse par de sandaia
Tome um saco de cimento
Que importa é eu ganhar
E agora é o momento
Infrento briga no murro
Quem vortar nos oto é borro
Se não quiser ser jumento

Seu ganhar do fruta doce
Não vô dar limão azedo
Reclamo os otos corrutos
Eu sou um home sem medo
Não faço o que otos fês
Eles botaro em vocês
Como o cão em meste afredo

Se eu errei no discurso
Descuipe o palavriado
Que anafabeto no fala
Bem como quem é foimado
Me perdoe se eu errei
Eu nem sei o que falei
Meu povo muito obrigado
Referências

http://poetaraimundononato.blogspot.com/2010/04/discurso-de-politico-matuto.html

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A HISTÓRA DA FÉ - FELIZ NATAL!




A HISTÓRA DA FÉ

Mais dois mil ano atráis, cumeça a
históra da fé.
A históra de Jesus,
de Maria e de José.
José era caipintêro;
e Maria, cumpanhêro;
a Virge de Nazaré.

Maria era sortêra,
quando Deus Pai lhe iscuiêu,
mode sê mãe de seu fíi,
e um anjo lhe aparicêu.
Quando ela tava rezando,
o anjo foi se achegando,
e a boa nova, lhe deu.

Maria, cheia de graça,
essa visita me induz,
a dizê bindito é o fruito,
do vosso ventre de luz.
Falô num facho de bríi:
Tu vai dá luz a um fíi,
qui vai chamá de Jesus.

Maria lhe arrespostô,
bem alí na aparição:
Cumo vai acuntecê ?
Eu juro qui num sei não.
Pruquê já me dicidí,
sô virge cumo nascí,
e num me intrego a varão.

Gabrié lhe dixe, intão,
abrindo o seu belo manto:
É um Milagre Divino,
Maria, eu lhe agaranto.
Ela dixe: In mim se faça;
quero arrecebê a graça,
do Divino Ispríto Santo.
E alí, Maria amostrando,
sua grandeza de amô,
do arcanjo Gabrié,
aquêle anúnço, acatô.
Tornô-se Mãe, de verdade,
de tôda a humanidade,
e de Jesus Saivadô.

Gabrié inda ordenô,
alí, na anunciação:
Percure Zé Caipintêro,
abrindo o seu coração.
Deve cum êle casá,
prumode legalizá,
a sua situação.
Maria casô cum Zé,
dispôi da anunciação.

Zé, normamente na lida,
ela in sua gestação.
E alí dento de Maria,
tava aquêle qui siria,
para o mundo a redenção.

E bem pertíin de chegá,
o isperado mumento,
Zé acumodô Maria,
amuntada num jumento.
Uis anjo dixero: Amém;
e êles fôro prá Belém,
mode o recensiamento.

Quando chegaro in Belém,
já num tinha mais hoté.
Ninhum quarto de pensão,
ninhum abrigo, si qué.
Nem um pôco angustiada,
Maria, resiguinada,
dixe: E agora, José ?

Vamo dá o nosso jeito,
dixe êle prá Maria.
Adispôi de munto andá,
longe do qui êles quiria;
finaimente se arrancharo,
num lugá qui incontráro,
dento de uma istribaria.

Quando foi tarde da noite,
Maria pariu sem dô.
Arrecebeu duis animá,
solidariedade e amô.
Na maió simpricidade,
prá nossa felicidade,
nasceu Jesus Saivadô.

Cum seu instinto materno,
Maria, quage dotôra,
do seu fiín inucente,
cumpetente zeladôra;
pegô Jesus bem nôvíin,
e acumodô cum caríin,
no capim da mangedôra.

Meus irmão, foi nêsse hoté,
qui num tem era uma vêiz,
de uma istrêla, somente;
a de Belém, digo a vocêis;
qui nasceu o mais amorôso,
tombém o mais poderôso;

O REIS DE TODOS UIS REIS...

Tenham todos (as) um FELIZ NATAL!



Bob Motta
NATAL-RN
DEZ 2007

Referência
http://www.mail-archive.com/becodalama@yahoogroups.com/msg00894.html

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

MATUTANDO!

[Por Diego Bruno de Souza Pires]
#
Acredito que a maior pureza esteja no pensamento de um matuto. Ele pensa mais profundo e descobre mundos... seus pensamentos são simples, porém bem complexos. Dificilmente um homem da cidade conseguirá acompanhar seu raciocínio, pois o horizonte do seu pensamento divaga sobre a filosofia de uma dimensão desconhecida e sua curiosidade impulsiona o divagar no seu algo transbordante.

Eis o pensamento filosófico de hoje:

Matutando!


Bole-se no nada no meio do tudo, querendo encontrar o que se esconde no horizonte do infinito, posto que a vida passa, os anos passam, os olhos passam, a barca da vida passa, mas para os que sentem verdadeiramente a chama do ser nunca se cala, mesmo que se esconda no maltrato do infinito...

Há coisas que o silêncio não pode calar; que a escuridão não pode apagar; que a memória não pode esquecer; que a velhice nunca pode quebrar; que o coração não pode vender...

A grande circunscrição da vida é justificada pelo bom aproveitar da sanidade. Há somente uma coisa que alinha os animais com a razão, fazendo-os desprezar a fome, a rivalidade e a incerteza. Essa coisa faz com que animais defendam seus filhotes no enfrentamento com a morte.

Para possuir esse tesouro que é capaz de se entregar a morte para proteger os que descendem de suas entranhas, os animais não precisam ser velhos, bastam ser gigantes em si mesmos, guardando um tesouro que poucos atualmente conhecem...

Esse infinito tesouro é o amor... (conheço muito bem!)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

CALEM A BOCA, NORDESTINOS!


Me surpreendi com esse email. É sem sombra de dúvidas belíssimo! Pois isso quero compartilhá-lo com os meus irmãos NORDESTINOS.



Calem a boca, nordestinos!

Por José Barbosa Junior



A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra… outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.

Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.

E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!

Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!

Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?

Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?

Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?

Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…

Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…

E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…

Ah! Nordestinos…

Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?

Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.

Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!

Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!

Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!

Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.

Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.

Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

MAZZAROPI


Amácio Mazzaropi, mais conhecido como Mazzaropi, é considerado até hoje como um dos maiores artistas brasileiros, uma verdadeira lenda. Pode-se dizer que ele foi o maior cineastra brasileiro até hoje, com a maior produção de filmes na história do cinema brasileiro, versando um total de 33 filmes, tendo alcançado recorde de bilheteria em quase todos os filmes. Depois de Chalie Chaplin, pode-se dizer que Mazzaropi foi o maior artista de comédia de todos os tempos.
Atualmente, acredita-se que o famoso Mr. Bean utilize de traços marcantes tanto de Mazzaropi, como do grande Chaplin, numa fusão perfeita de humor, versatilidade, bom senso, criatividade e qualidade humorística.

NUM NAMORO DE ANTIGAMENTE



NUM NAMORO DE ANTIGAMENTE

O namoro de antigamente era muito diferente dos namoros de hoje em dia; antigamente a “dificulidade” era tão grande que bastava a namorada alisar a mão do namorado duas vezes, que “o cabra já ficava c’á bixiga taboca”, de circo armado; na maior. Hoje em dia, a facilidade é tanta que uis peste duis namorado quase não ligam prá namorada; e o namoro também virou uma raridade, depois que inventaram essa estória de “ficar”. Hoje o “ficar” migrou da cidade p’ro sertão e aí, meu fíi; “tchau e bença”! Mas, se antigamente o namoro na cidade já era difícil, imagine, caro leitor (a); como era o namoro nas quebradas do sertão. Prá começo de conversa, era muito raro o casal de namorados que namorava todas as noites; pois as distâncias era quilométricas e a rapaziada ia mesmo era lombando, prá casa da namorada. E, em lá chegando, era um numa cadeira, a mãe da namorada num tamborete no meio e o outro noutra cadeira. E a véia num se levantava nem a pau; nem prá fazer um café, dar uma mijada; nem mesmo prá escutar uma novela pelo rádio... E era um sofrimento do casal. A folguinha que tinha, era apenas e tão somente na chegada e/ou na saída; quando tinham a sorte e a felicidade de se encontrarem a sós na porteira, lá no terreiro...E a estória de hoje, de autoria da própria sabedoria popular, conta que um desses casais das antigas, mais sortudo que os outros, “incontrô o texto da panela”; ou seja, a mãe da “moça”, diga-se virgem, era “fogosa demais” e vivia agarrada cum o pai da menina, pela cozinha, pelo corredô da casa (daqueles corredores compridos da sala de visitas até a cozinha e os quartos na passagem...); detrás da cisterna, debaixo “duis imbuzêro”; num dava sossego ao pobre do matuto. O cabra via tocha!... Mas, só queria a “brincadeira” para si; e vivia dando conselhos para a filha, sobre o comportamento da mesma com o namorado. E enfatizava: Nada de chamêgo! Num ceda in nada, minha fía; nada de bêjo, abraço, agarramento; nada de “chichinado” de fóima aiguma. E a garota, na sua ingenuidade, seguia à risca os conselhos da mãe. E o danado do namorado; ou melhor, o coitado do namorado, andava ao redor de légua e meia e “ficava na lambisquáia”; num arrumava coisíssima aiguma...E toda noite insistia e nada conseguia. E numa noite, êle insistiu mais do que nas outras noites:
- Me dê um bêjíin.
Ela, se lembrando sempre dos conselhos da mãe, tentou cortar o “mal” pela raíz:
- Não; nada disso, agora.
- Um abraço...
E ela:
- Já disse; nada disso, agora...
- Ôxe; e pruquê nada disso, agora ?
- Mode qui mãe dixe qui eu num cedesse a você nada disso, agora.
O namorado, se afobando; deu-lhe um tapa no ombro e disparou:
- Ah! É assim ?! Intonce sorte minha “chibata” qui eu quero ir simbora!...
Bob Motta
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PÔ DO SÓ DO POTENGÍ...


PÔ DO SÓ DO POTENGÍ...


Meu querido rêis duis astro,
obisselvando o teu pô,
cum teu brío alaranjado,
amostrando o isprendô;
vejo nêle, in minha frente,
o brío resprandecente,
duis zóio do meu amô.

P’ru detráis duis manguezá,
tu some e dêxa a lembrança,
de quando eu era minino,
cum o peito chêi de isperança.
Fecho uis zóio e aí intão,
de carona na emoção,
vorto ao tempo de criança.

Muntas vêiz presenciei,
tu chegá no amanhincê.
E hoje, emocionado,
saúdo o teu s’iscondê;
cum meu poema matuto,
de linguajá puro e bruto,
qui é parte do meu vivê.

Me vejo ali do ôto lado,
feliz, pescando sirí.
Nais sombra dais aigaróba,
nóis ia se divirtí.
Digo, batendo in meu peito,
qui me deleitei no leito,
do amado Ríi Potengí.

Derna de lá de Igapó,
éis tistimunha qui andei,
na lama da maré sêca,
onde munto me atolei.
No véi Potengí, crescí,
brincando, eu invêiêcí,
disso, nem conta, me dei.

Incruzêi êle in canoa,
duas ô trêis vêiz, a nado,
de lá do Paço da Pátria,
feliz, dispreocupado.
Potengí e tu é tema,
qui me inspira êsse poema,
adonde dô meu recado.

Lembro uis lance de tarrafa,
uis arrasto de mangote,
no Bar do Pé do Mocó,
glosei meus premêro mote.
E lá na bêra da linha,
cadêra cativa, eu tinha,
prá brincá Gato no Pote.

Ali, muntas vêiz tentei,
o pau de sêbo, iscalá.
E pura Sumana Santa,
nóis ia, o Judá, rasgá.
Lá na Peda do Rusáro,
mais ôto lindo cenáro,
tôdo mundo ia rezá.

A Deus do Céu, agradeço,
do fundo do coração,
êsse tão belo cenáro,
qui me enche de inspiração;
e êsse dom maraviôso,
qui além de munto gostôso,
é minha sustentação...


Roberto Coutinho da Motta
Pseudônimo Literário: Bob Motta

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BANDA CURRUPIO - MIKE ROOL


Comentário.


A banda Currupio do Forró é uma das bandas mais engraçadas do sertão pernambucano. O show é uma mistura de diversão, criatividade, bom senso e alegria. O vocalista da banda (Walter Marculino) é filho do poeta Zé Marculino, o poeta mais importante da cidade de Serra Talhada/PE, e, a propósito, um dos mais importantes poetas do Brasil. Zé Marculino marcou a história do Forró através de seus poemas bem sertanejos e marcados por letras belíssimas.

A banda tem se apresentado em muitos lugares do Brasil, levando muita alegria e um humor aguçado. O vocalista (Walter) se apresenta vestido de Fred dos Flintstones. É uma tremenda graça. Simplesmente sensacional!!!

Direto de Serra Talhada/PE para o Mundo!

A triste Partida - (Patativa do Assaré)

Comentário

A triste partida é uma das músicas que está mais arraigada com a cultura nordestina. Essa canção é a representação perfeita do homem sertanejo que luta, tem esperança, tem amor por sua terra e por sua gente e, sobretudo, confia num Deus que sempre olha pelos humildes. Essa letra é Belíssima! Escrita por Antônio Gonçalves da Silva (Patativa do Assaré), um dos maiores poetas de todos os tempos, foi cantada pela primeira vez por Luiz Gonzaga, o qual fez muito sucesso por cantar o nordeste e o seu povo.

veja a letra da música aqui: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/antonio-goncalves-da-silva/a-triste-partida.php